
por Rodrigo Catani e Ricardo Baccarat
Logo no início de seu imperdível livro Justiça, o filósofo e professor da Universidade de Harvard, Michael Sandel afirma que não existe o que se denomina “preço justo”. Segundo ele, “nos tempos medievais, filósofos e teólogos acreditavam que a troca de mercadorias deveria ser regida por um preço justo, determinado pela tradição ou pelo valor intrínseco das coisas. Mas nas sociedades de mercado, os preços são fixados de acordo com a oferta e a procura. ” Apesar de conhecerem muito bem essa lei de mercado e reconhecerem a importância da gestão de pricing como alavanca de resultados, poucas empresas no Brasil administram de maneira estratégica essa ferramenta tão importante nos dias de hoje.
Em alguns setores do segmento de serviços, como hotelaria e aviação, a gestão de pricing é uma realidade há algum tempo. Quem deixou para comprar uma passagem aérea de última hora ou reservou um quarto de hotel na alta temporada já sentiu isso na pele, ou melhor, no bolso. E pouco a pouco esse movimento foi se disseminando por vários segmentos de negócios. Atualmente o pricing está muito mais presente em nosso cotidiano do que imaginamos, como mostram os exemplos abaixo:
Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Muitas empresas ainda formam preços com base na velha equação que parte dos custos, acrescenta as margens-objetivo, compara com a concorrência e determina o preço final. O problema é que essa “fórmula” não considera o benefício gerado ou o valor percebido pelo cliente.
É preciso entender o que é relevante para o cliente e quais são as necessidades de cada perfil. Isso requer análises cada vez mais customizadas, até mesmo com a utilização de ferramentas específicas apoiadas em Big Data que são utilizadas para acompanhar as mudanças de forma a potencializar o resultado.
Listamos abaixo as boas práticas de pricing que precisam ser adotadas para que possamos migrar do modelo de precificação tradicional para esse modelo mais estratégico:
A evolução das práticas de pricing está muito ligada ao grau de maturidade das empresas e de seus modelos de negócios. É importante ressaltar que sua adoção exige também uma mudança cultural e de mentalidade das pessoas e das organizações. Não se trata apenas de uma questão de metodologia e tecnologia e sim de uma questão sistêmica. Toda a empresa tem que estar alinhada com o objetivo final que é capturar o maior valor de cada cliente, maximizando assim o resultado final e fortalecendo o posicionamento estratégico da empresa e de suas marcas.
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